Se você não está familiarizado com Linux, chegou a hora de quebrar a ideia de que ele é complicado. Atualmente, muitas distribuições permitem que você use o Linux sem precisar abrir o terminal para qualquer coisa.
Uma distribuição que vem evoluindo bastante e mostra que tem grande potencial para ser uma concorrente direta do Windows é a Deepin. Prática, fácil de usar e com uma interface maravilhosa, ela está ganhando vários usuários pelo mundo.
O que é Linux?
Se você já ouviu falar sobre Linux, mas ainda não sabe exatamente o que é ou nunca usou, senta que lá vem a história. Nós vamos explicar rapidinho e de forma prática o que é o Linux. Se você quiser mais detalhes, uma matéria em que contamos tudo que você sempre quis saber sobre Linux.
Na verdade, o Linux consiste no núcleo (kernel) do sistema operacional e faz a conexão entre hardware e software. O correto seria chamar o sistema operacional de GNU/ Linux, visto que é o Projeto GNU que fornece várias ferramentas que o kernel precisa para funcionar. Por praticidade, neste texto vamos continuar chamando o sistema operacional apenas de Linux.
O Linux é gratuito, mas possui algumas versões pagas para quem quer suporte. Por ser gratuito, basta baixar e instalar, não é necessário comprá-lo (ou ficar procurando programinhas para validar o sistema operacional quando não se tem uma chave).
O Linux possui várias distribuições, como Fedora, Debian, Ubuntu, OpenSuse, Mint, Deepin, etc. Por ter código-fonte aberto, qualquer um pode criar um sistema operacional customizado (uma distribuição). No quesito popularidade, o Ubuntu e o Mint ganharam muito espaço por serem fáceis e práticos de usar. Agora, quem também está mostrando praticidade é o Deepin.
Deepin: o Linux que é quase um Windows
O Deepin é uma distribuição Linux baseada em Debian. Ele foi criado pela chinesa Wuhan Deepin Technology. A versão mais recente é a 15.9, lançada em Janeiro deste ano.
A interface do Deepin é muito charmosa e proporciona uma experiência incrível, diferente de algumas distribuições que são menos “polidas”. A verdade é que o Deepin é quase um Linux “Nutella” perto dos Linux considerados “Raiz”.
Ele é bem parecido com Windows e tem seu próprio ambiente desktop (Deepin Desktop Environment). Inclusive, a barra de tarefas pode ser usada no modo eficiente (que parece o Windows 10) ou no modo fashion (que parece o Mac OS). O menu parece o do Android. Porém, se você clicar no botão do canto superior, ela fica bem parecida com o Windows.
Ainda no quesito visual, o Deepin possui um Dark Theme para quem prefere o modo noturno. A vantagem é que você pode aplicá-lo na própria janela.
Outro ponto é a configuração dos cantos da tela. Ao clicar com o botão direito na área de trabalho e clicar nas configurações de canto, é possível escolher uma função para cada canto da tela (mostrar desktop, todas as janelas, centro de controle, etc.). Ela será executada ao clicar naquele canto.
As configurações são mostradas no lado esquerdo da tela quando você clica no ícone da engrenagem. Como você pode ver, não tem muito segredo e é tudo bem intuitivo. Para quem possui tela sensível ao toque, a versão 15.9 trouxe vários suportes.
Na loja do Deepin é possível encontrar uma boa quantidade de programas que nem sempre estão presentes nas lojas de outros Linux. Por exemplo: Spotify e Chrome (e não Chromium, como no Ubuntu).
Se você acha que vai sentir falta do pacote Office, pode ficar tranquilo. O Deepin já vem instalado com o WPS Office. Quando você abre a primeira vez, é impossível não ficar boquiaberto ao notar que ele é muito parecido com o Office do Windows (principalmente se já usa alguns outros gratuitos, como o LibreOffice) . Se você já está acostumado Office, não terá dificuldade alguma ao usar o WPS. A diferença maior é que o WPS é gratuito (e você não terá problemas com o aplicativo fechando pelo registro não ser válido).
Outra vantagem do Deepin é a facilidade na instalação. É simples, direta e rápida. E, além disso, vem com vários programas básicos instalados. Sabe aquelas atualizações infinitas do Windows (aquelas que demoram uma vida para ligar/desligar o computador)? Você também pode ficar livre delas.
O Deepin 15.9 também trouxe um recurso chamado “Smart Mirror Switch”, que consiste na identificação automática do espelho mais rápido e mais perto do usuário. Isso implica que os downloads de atualização poderão ser feitos de forma mais rápida.
A verdade é que o Deepin já perdeu muitos usuários por causa dos bugs das versões instáveis. Muitos, também, tem receio de usar uma distribuição chinesa. Com o Ubuntu abandonando a Unity e voltando ao GNOME (e bem semelhante ao Debian na versão 18.04), muita gente comemorou, mas teve quem não aprovou as mudanças e isso pode abrir espaço para o Deepin, o qual, se continuar com melhorias e correções de bugs, tem grandes chances de ser um concorrente do Windows. Você pode baixar o Deepin gratuitamente.
Windows ou Linux? E o Mac OS? Qual instalar?
Primeiro é preciso deixar claro que, se você não tem um computador da Apple, pode riscar a possibilidade de instalar o Mac OS da lista. Oficialmente, o Mac OS não funciona em outros computadores. Vale destacar também que, Windows, Mac OS ou GNU/Linux são ideais para cada caso. Não é certo dizer que um é melhor que o outro de forma geral porque depende dos interesses de uso e de softwares específicos presentes em cada um. Há vantagens e desvantagens em todos os casos.
Segundo, se a dúvida é se o computador fica mais rápido com Linux, isso depende do próprio computador. A tendência é de que ele fique mais rápido. Porém, alguns hardwares podem ter certa incompatibilidade. Um exemplo são algumas placas NVIDIA que não funcionam bem com algumas versões do Ubuntu por incompatibilidade. Da forma semelhante, alguns programas podem funcionar melhor no Linux que no Windows.
Apesar da história de que Linux é difícil, a cada atualização, as diversas distribuições estão mais intuitivas e fáceis de usar. Você praticamente não precisa usar o terminal. No caso, o Deepin é praticamente tão fácil quanto o Windows.
Um dos grandes motivos pelo qual o Windows tem um grande número de usuários é devido ao suporte fornecido pela Microsoft. Para algumas grandes empresas, usar um sistema operacional de código aberto seria mais prático para executar alguns softwares. Porém, usar o Windows pode ser mais fácil.
Um exemplo é que, se você tem um banco de dados interligado ao seu Excel, por exemplo, e quer fazer alguma mudança ou tem algum problema, basta entrar em contato com o suporte da Microsoft. Até existem distribuições do Linux que são pagas e contam com suporte constante.
No entanto, elas ainda não são tão populares quanto o Windows. Se você opta pela versão gratuita sem suporte, é preciso tentar resolver ou esperar alguém encontrar uma solução. Isso pode levar um bom tempo, o que as empresas nem sempre têm, visto que tempo é dinheiro.
Outro motivo é sobre os aplicativos que estão disponíveis apenas para Windows. Atualmente, há muitas versões de softwares semelhantes para Linux. Nesse caso, é preciso que você avalie se o software que deseja está disponível para Linux ou não. Mas vale ressaltar que há também alguns programas só rodam em Linux.
Para quem gosta de jogos, por exemplo, é mais difícil abandonar o Windows, visto que a mesma diversidade de jogos não está disponível para Linux. Amantes do Photoshop não têm muita felicidade ao migrar para o Linux, mas há quem não troque o Gimp, editor de imagens do SO, pelo Photoshop. Aí, é uma questão de ferramentas que atendem determinadas funções e gostos.
Se você acredita que o Linux pode ser melhor para você, seja pelas ferramentas ou por não aguentar mais o Windows e suas atualizações demoradas na hora que você não quer, precisa dar o primeiro passo e testar.
Se quer começar a usar Linux sem sentir muita diferença do Windows, a recomendação é o Deepin. Caso não goste, pode tentar o Ubuntu ou o Mint, que são bem intuitivos também. Atualmente, não há segredo no uso de um Linux, visto que tutoriais na internet é o que não falta.
Mesmo que você precise usar o terminal (e não saiba nada sobre ele), sempre tem um site que te mostra o que copiar, colar e apertar “enter” para resolver o problema.