Muito se fala sobre o futuro do trabalho, em transformação digital e sobre seus futuros impactos no dia a dia das empresas e de seus consumidores.
É uma discussão intensa, tanto que às vezes parece que as pessoas esquecem que já vivemos em uma era digitalmente transformada. Prova disso é a quantidade de coisas que fazemos ou resolvemos através de aplicativos no celular.
Para paquerar tem app, para comprar comida tem app, para enviar uma encomenda tem app, para resolver pepino no banco tem app, para não se perder na cidade e escapar de problemas do trânsito tem app. Acabou o gás e tem jantar no forno? App.
O mundo, está digitalmente transformado, e isso também transformou a forma como as pessoas pensam, se comportam ou agem frente a qualquer desafio.
E, obviamente, não tinha como esse pensamento digital não mudar o relacionamento das pessoas com o futuro do trabalho e – mais ainda – o olhar das empresas sobre seus colaboradores. Um fator importante é que, embora estejamos falando de transformação digital e futuro do trabalho, não falamos somente de tecnologia, porque ela é um recurso secundário no todo dentro das organizações.
Para uma empresa se transformar digitalmente e garantir um futuro trabalho ela precisa investir nas pessoas que vão escolher e operar sua tecnologia. As pessoas, sim, são o recurso primário que a levará as organizações ao futuro. Mas o que as empresas buscam dos profissionais com os quais pretende contar para o futuro do trabalho? Formação em universidades de renome, pós-graduação, MBA, certificação comprovada? Não. As empresas que pensam no futuro do trabalho, são digitalmente transformadas e em processo de se transformarem precisam de pessoas com habilidades que nenhuma universidade ensina, de indivíduos que tenham características pessoais potencialmente agregadoras em diversos aspectos, as chamadas soft-skills.
O último relatório de tendências para o mercado de trabalho publicado pelo IFTF (Institute for the Future), organização educacional e de pesquisa estratégica, especializada em identificar tendências emergentes e descontinuidades que transformarão a sociedade global e o mercado internacional, apresenta seis dimensões comportamentais que envolvem habilidades definidas como prioritárias para o mercado brasileiro. Tratam-se de habilidades que não dependem de estudos formais, de MBA e muito menos de habilidades técnicas, com as quais os profissionais ainda se preocupam tanto e que tendem a se tornar cada vez mais irrelevantes nos processos de recrutamento conforme as companhias se atualiza nesse sentido. São habilidades essenciais não somente para o futuro do trabalho, mas também para a vida. São elas:
Marca pessoal
Para se ter ideia do tamanho da importância da marca pessoal, basta considerar que dados da ONU preveem que a população mundial chegará a incríveis 8,6 bilhões até 2030. Desta forma, tornar-se notável um desafio cada vez maior, incluindo-se aí os esforços de conseguir uma colocação. Quando se fala em construir uma marca social, é necessário partir do princípio de que, nas redes sociais, tudo o que você faz terá de ser feito “em culturas diferentes e em um palco global”.
Aqui está, portanto, o ponto de partida do profissional alinhado com o futuro do trabalho: ter em mente de que este futuro começa com quem você é e em quem você pretende se tornar, lembrando sempre que o uso que você faz das suas redes sociais revelam suas verdades.
Fluência digital
Os avanços da tecnologia e do seu alcance em diversos segmentos econômicos exige que os profissionais do futuro do trabalho tenham a chamada “fluência digital”. Essa técnica, permite a capacidade de lidar com robôs e outras formas de inteligência artificial, cuja quantidade e relevância só tendem a crescer conforme a transformação digital se expande.
Conhecer sua linguagem própria e ter a habilidade de estabelecer uma relação produtiva com essas tecnologias, que integre humanos a robôs, portanto, é essencial. Enquanto os assistentes de IA trarão mais eficiência e conveniência, os profissionais precisarão saber como desenvolver essa inteligência de forma que eles ampliem suas capacidades, façam mais e cada vez melhor, o que impactará no desenvolvimento do próprio profissional.
Pertencer a diferentes tribos
Pertencer a tribos significa, basicamente, construir uma boa rede de contatos. No futuro, a tendência é que a economia seja cada vez mais baseada em pequenos empreendedores, por isso os profissionais precisam aprender a lidar com diferentes tipos de mercado e, portanto, de pessoas e interesses. Ser capaz de construir uma rede de contatos própria e tão diversa é um desafio enorme, mas que tem tudo para ampliar as oportunidades dos profissionais em suas carreiras.
Flexibilidade e inclinação à mudança
O mundo do trabalho vem se transformando cada vez mais rapidamente, prova disso é a perspectiva, corroborada com diversos estudos de mercado, que diz que, no futuro, as novas gerações terão profissões que ainda não existem. Isso significa que, como profissionais, precisamos estar atentos a essas mudanças e, principalmente, estar prontos para quando elas acontecerem.
O sentido de flexibilidade e inclinação à mudança predispõe uma facilidade maior para lidar com novos rumos, com situações não previstas e que exigem do profissional um empenho tão grande e focado quanto as situações planejadas. É preciso, portanto, manter o foco inclusive em meio ao imprevisto e manter a produtividade mesmo na montanha russa das transformações organizacionais.
Resiliência
Esta é uma dimensão que é e sempre foi importante em qualquer período do mercado de trabalho, até mesmo na vida pessoal do profissional. Os resilientes vão longe, pois além de a habilidade ser importante para a vida pessoal, a resiliência tende a ser um traço extremamente relevante no ambiente profissional, pois ela faz com que as pessoas não desistam frente às dificuldades que possam surgir.
No futuro do trabalho, que colocará as funções humanas e as soluções tecnológicas no mesmo patamar, será preciso que os profissionais tenham inteligência emocional, social e empatia, estando preparados para lidar com coisas que ainda não conhecem, tirando o melhor de cada experiência – dos erros aos acertos, sem desistir.
Mentalidade de crescimento
Esta é uma soft skill que defendo como uma habilidade necessária aos profissionais do futuro em complemento à lista do IFTF, porque ela está alinhada ao que as empresas esperam de seus colaboradores – e que tendem a esperar cada vez mais. A mentalidade de crescimento significa ter a cabeça aberta para ter novas ideias o tempo todo, empreender, ter uma visão macro que permita um olhar capaz de criar soluções mesmo antes dos problemas que elas venham a resolver.
O profissional que tem mentalidade de crescimento nunca fica acomodado, busca sempre ampliar os resultados em todas as atividades que realiza, é altamente criativo e motivado, constituindo um recurso extremamente importante para as empresas. É o colaborador que gera resultados de negócio porque pensa que pode entregar cada vez mais, de formas diferentes e inovadoras.
Vamos nos especializar? O mercado está cheio de Cursos, Universidades e Empresas de treinamentos prontos para nos ajudar a crescer profissionalmente e pessoalmente. Fiquem ligados nas novas tendências e comece a mudança.